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  • Guilherme Zanella faz faculdade de cinema, tem 17 anos. Escreve o seriado cheio de mistérios Ponte Lusac. Adora cinema e artes.

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  • 08/10/2007

    Câmera subjetiva


    É a rotina. Começo meu dia com uma câmera subjetiva, perdendo o foco, fazendo um tilte para me pôr de pé. Escovar, comer, me trocar requer um traveling complicado, impossibilitando o uso do “ligeirinho”. Mas foi num dia desses mecânico que encontrei, em primeiro plano, uma pessoa em contra-plongê, que nem luz de ataque frontal alguma poderia desmecer sua magnífica decupagem. Plano a plano, entre um corte e outro, debatia com esta direção de arte em forma de gente, a vida mecânica. “É a rotina que nos faz mudar", disse ela, em mono, captado em som direto, direto na minha mente. Respondia nada mais que uma ou outra trucagem, utilizando fusão de um assunto a outro.

    A conversa fluía com ritmo. Eu, sempre noir, atingido por uma luz de 3500 k. Ela, responde à perguntas de arte. Fomos ao café em steadycam, tomamamos algumas xícaras e num corte branco, estávamos em casa. Tardia elipse, fazia-me sentir ansioso. Finalmente em uma interna, minha casa, dia, ficamos a sós. Uma locação sem ruído, muito menos respiros. Espaço suficiente. Entre “Bergman” e “Antonioni” (que nunca me atraiu), inclinei-me em minha grua, com um plano detalhe de sua boca, prestes a alcançar o clímax. Ela me parou, disse que a tomada não estava valendo, criticou o ponto de virada da narrativa. Bilheteria pequena, com pouca exibição. Enfim, amigos, quase irmãos.

    Uma despedida banal, clássica. Eu, no contra-luz. Ela, estourada. A película arrebentou, fiz cara de sucesso. O filme estava estragado. Tudo bem, não tinha saco para relevar o negativo. Voltei ao café, preparei uma projeção, queria algo surreal. Meu grande amigo Bruñuel. Dois cafés, ou melhor, três, pra dar idéia de continuidade. Com todo o cuidado para não mostrar nenhum produto. Voltei pra casa com câmera na mão, anti-estrutura, luz natural, neo-realista. De repente a estética havia se tornado inválida, caí no discurso direito, geografia indefinida, arte alegórica. Voltei pra casa como um personagem vazio, mas longe de ser generalizado. A cama era o rumo. O sonho, a montagem. Caí e dormi. O fim. É a rotina.

    **Esta imagem representa o filme "Vivendo no abandono" - Living in oblivion (1994), onde o diretor, à frente, aparece ao lado de uma câmera. Este filme fala, por meio de metalinguagem, os bastidores de um set de filmagens. Enquanto eles tentam filmar a estória, várias situações teimam em incomodar o andamento deste processo. O filme cabe bem ao texto, metalingüístico, com intervenções do acaso aparente.

    Guilherme Zanella

    1 Comments:

    At 10 de outubro de 2007 às 04:35, Blogger Nirton Venancio said...

    Vocês deixaram um comentário no Olhar sobre "minhas tantas descobertas"... e aqui deixo o meu sobre a boa descoberta do blog de vocês. Que ótimo! Abração!

     

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