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  • Li Mendi é jornalista, tem 23 anos e pretende fazer faculdade de publicidade ano que vem. Nas horas vagas, escreve e-books e curte falar de arte. Uma gemeniana clássica: uma dentro da outra; por vezes, uma contra a outra.

  • Guilherme Zanella faz faculdade de cinema, tem 17 anos. Escreve o seriado cheio de mistérios Ponte Lusac. Adora cinema e artes.

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  • 07/10/2007

    A Elite e a Tropa

    O preço médio do ingresso para o cinema: 15 reais. A versão Pirata do filme “Tropa de Elite”, no Camelódromo da Uruguaiana, no Centro do Rio de Janeiro: cerca de 10 reais. Quase equivalente? Não, afinal, o pirata pode ser visto e revisto por inúmeras pessoas, passando de mão em mão, enquanto o ingresso do cinema só é cabível a um único indivíduo.

    Os opositores fundamentalistas da pirataria já abrem a boca para seus gritos histéricos de “Absurdo! É o fim do cinema nacional!” sem nem ao menos me deixarem mostrar onde quero chegar. Take it easy, baby!

    Enquanto a elite intelectual com muita grana do bolso e uma consciência limpa pode comprar um DVD original e levar toda a família para o cinema, há sim quem comprou o pirata. É fato, está lá estampado na Folha: “Antes de sua estréia no cinema, ontem, o filme "Tropa de Elite" já havia sido visto por 19% dos paulistanos, segundo pesquisa do Datafolha realizada na última quinta-feira. É possível dizer que 1,5 milhão assistiram ao longa antes de ele entrar cartaz, projetando o percentual entre os maiores de 16 anos que residem em São Paulo. "

    Ser contra ou a favor da pirataria é uma guerra ética e moral que esquentou a polêmica nos últimos 3 meses. A saia justa ficou para aqueles que resolveram opinar sobre o filme antes da hora...

    Vamos entrar na sala do cursinho de pré-vestibular pH, um dos mais caros do Rio de Janeiro, que custa em torno de 800 reais. Vejamos o que pede o tema da redação aplicada para 300 alunos em um simulado (*Aproximando a folha mais perto para acreditar se os olhos não se enganaram*): “Escrevam uma carta ao capitão Nascimento, de Tropa de Elite”. Como o filme ainda não havia estreado, a turma se dividiu entre os que assistiram o filme e aqueles que exercitar sua veia criativa. O diretor do Colégio e Curso pH tentou contornar a situação nas cartas dos leitores do Jornal O Globo (3/10/07): “Não era necessário que o aluno tivesse assistido ao filme (...), uma vez que a temática da redação foi embasada em cinco textos extraídos do GLOBO. Na posição de educadores, ao mesmo tempo em que repudiamos qualquer violação aos direitos autorais, não podemos “fechar os olhos” para as discussões atuais”.

    Não se preocupe, caro diretor, você sabe falar bonito e todos acreditamos que você e os professores do seu colégio, bem como todos os 300 alunos, jamais seriam capazes de comprar um DVD pirata!

    O jornalista Mauro Ventura noticiou em seu blog, no Globo Online, que o governador do Rio de Janeiro, Sérgio Cabral, ficou preocupado com a situação de penúria da frota policial exposta no filme e anunciou que esta iria ser terceirizada dentro de dois meses. O próprio Governador respondeu nos comentários do blog: “Prezado Mauro, me permita esclarecer que ainda não assisti o filme”. E o jornalista rebateu: “Está no seu papel. Eu, como governador, também diria que não assisti à cópia pirata”.

    Agora todos podem falar sem medo, o filme já entrou em cartaz e os jornalistas não precisam limpar os pingos de suor da testa diante de uma matéria sobre o tema.

    José Padilha se formou em administração pela Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro e escolheu o lugar para locação das cenas em que os universitários aparecem no filme. O que pesou na escolha foi a boa infra-estrutura, explica o diretor. Alguns estudantes não gostaram da imagem rotulada que passaram destes, mas Padilha se adianta: “O filme não diz em nenhum momento que todas as pessoas usam drogas dentro da universidade. O “Tropa de Elite” contra uma história pela ótica de um policial, ou seja, como este policial enxerga os universitários. E se a visão deste é caricatural, isso é uma crítica aos policiais, e não aos estudantes”. (Jornal O Globo, Revista Magazine, 2/10/07).

    Quem escreveu, dirigiu e editou o filme não foram os policiais. Certo?

    Há quem prefira simplesmente ficar com os filmes de ação, terror e suspense americanos que torcem sangue à moda “Saw” (Jogos Mortais), afinal, é muito duro mesmo ver uma jovem levar um tiro na nuca e seu amigo morrer queimado dentro de uma pilha de pneus de carro. "Não é mentirinha, assim, não tem graça, pô!... " É melhor fingir que não existe, que está só ali, em cima daquele morro, em um Rio de Janeiro que “não se pretende nunca visitar”, mas que acham lindo na novela das Oito. Mas para nós cariocas, principalmente para aqueles que sabem o significado do barulho de sete tiros dos fogos de artifícios, há um pouco mais que o filme não contou.

    _Corre, entra! _ gritam aos mães para as crianças que brincam na rua. É o caveirão que está chegando. Se houvesse trilha sonora no dia-a-dia comum das favelas, poderia se ouvir: “Tropa de Elite, osso duro de roer, pega um, pega geral, também vai pegar você”.

    Todos querem falar de “Tropa de Elite”, mas poucos sabem o que significa na realidade o trabalho desse grupo de policiais. O escritor peruano Daniel Alarcón foi um dos que levantou a mão para dizer o que pensa:

    — Foi uma grande decepção. Parece um filme fantástico, quase um Harry Potter — ironizou Alarcón, que mora nos Estados Unidos e vai escrever um artigo sobre "Tropa de elite" para o "Los Angeles Times". _ ironizou, no Botequim Filosófico, no mês passado. (Blog Prosa Online)

    A gente podia ter ido dormir sem essa... Mas de onde ele é? Peru? E onde mora? Estados Unidos? Ah! Tá... era só para saber...

    A fotografia não era boa, a trilha sonora um fiasco e por aí começam os itens da lista que colocou o filme fora da disputa para o Oscar. “O ano em que meus pais saíram de férias” (“Quê? Você não ouviu falar?! Ah! Mas a técnica é impecável e nem mostra rodinhas de baseado e churrasco de playboy!”) ficou no lugar. Não ia mandar esse cartão de visitas, claro! Como ficaria nosso turismo carioca depois disso? ¬¬

    O que importa prêmio dos caretas da academia americana? Esse foi um dos grandes debates sobre a polícia carioca! Mas passa, daqui a pouco é só mais um DVD na prateleira do cineclube. Já para quem mora lá, em uma das favelas mostradas, ainda se ouvirá...Pá, pá, pá, pá, pá, pá, pum!)

    Fonte da Imagem

    Li Mendi